O valor da Espera
A
mídia secular tem batido forte na Igreja Católica como se a questão da
castidade fosse algo ultrapassado, da “Idade Média”, porque não
corresponde aos moldes da sociedade moderna. No entanto, a questão do
sexo antes do casamento não deve ser olhada apenas como uma questão de
pecado (espiritual), mas sob a ótica do valor da pessoa, da sua
dignidade como ser humano.
Destrave: padre Paulo, o sexo no namoro é apenas questão de “pecado”? O que a Igreja diz sobre este assunto?
Padre Paulo: este
é um conceito que as pessoas precisam aprender a reelaborar: “O que é
pecado?” As pessoas pensam que pecado é uma coisa boa, gostosa, legal,
mas que Deus a proibiu porque Ele é “chato”. Com se Ele fosse um
“estraga-prazeres” que acordou mal-humorado e disse: “Quer saber? Vou
proibir um bando de coisas para aquele povo lá na terra!”. Não é nada
disso! As pessoas precisam entender que a coisa é pecado porque ela nos
destrói. O veneno é mortal porque ele é mortífero. O sexo fora do
matrimônio faz mal não porque a Igreja proíbe. Não vai acontecer, mas
vamos supor que a Igreja dissesse: “Gente, tá liberado. Todo o mundo
agora fazendo sexo!”. Ainda assim estaria fazendo mal porque Deus fez o
sexo para quando há compromisso.
As
pessoas precisam aprender que o sexo diz para a outro: “Eu me entrego
inteiro a você de corpo e alma”. Se o sexo diz isso, que sentido tem eu
ter uma relação sexual com a pessoa e depois me levantar e ir para
minha casa? Há então aí uma divisão de corpo e alma, e, quando há
divisão de corpo e alma nós damos o nome a isso de morte.
Nós
temos visto que o sexo no namoro em vez de solidificar a relação, ele a
abala, porque fica sempre aquela pergunta: “Será que a pessoa me ama ou
está usando o meu corpo?” E aqui é importante os jovens saberem que
estas verdades, sobre as quais a Igreja prega, eles não precisam
encontrá-las no Catecismo da Igreja Católica ou na Bíblia (elas estão
escritas lá também), mas a verdade que a Igreja prega pode ser
enxergada em seu interior.
Se
você fizer um pacto de sinceridade com você mesmo, vai perceber que,
depois que os hormônios e a excitação abaixam, fica sempre o vazio.
Destrave: nós vemos as pessoas dizendo que “se há amor é o que importa”. O que há de verdadeiro ou falso nessa afirmação?
Padre Paulo: pense
que o amor é uma aliança, um juramento “estilo militar”, uma aliança de
sangue por meio da qual sou capaz de dizer à outra pessoa: “Eu derramo
o meu sangue por você, mas não traio esta aliança!”. E foi isso que
Deus fez conosco. Na cruz Jesus fez conosco uma aliança de sangue, foi
fiel até o fim. Quando falamos de amor conjugal estamos falando de uma
aliança que tem o nome de “matrimônio”. Daí, sim, o sexo ganha um
sentido completo de doação e entrega de corpo e alma, porque a pessoa
está ligada à outra por meio de um sacramento. Fora disso estamos
falando de puro prazer, egoísmo, e não pode haver amor nisso. Pelo
contrário, o sexo fora desta aliança de amor, que se chama
“matrimônio”, está dividindo a personalidade da pessoa, é é claro que
isso não faz bem a ninguém.

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