sábado, 3 de outubro de 2015

Hoje é dia dos Mártires padroeiros do RN




Mártires de Cunhaú e Uruaçu ou Protomártires do Brasil, é o título dado aos 30 cristãos martirizados, no interior do Rio Grande do Norte. Foram vitimas de dois morticínios, ambos no ano de 1645, no contexto das invasões holandesas no Brasil.  O primeiro na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, município de Canguaretama ; outro em Uruaçu, comunidade do município de São Gonçalo do Amarante.  Foram beatificados pelo Papa João Paulo II  em 5 de março de 2000.


Morticínio de Cunhaú 

O primeiro engenho construído no Rio Grande do Norte  foi palco de uma grande chacina , uma das mais trágicas da história do Brasil. No ano de 1645 , o estado do Rio Grande do Norte (Católicos)  era dominado pelos holandeses (Calvinistas). 

Jacob Rabbi, um judeu-alemão a serviço do governo holandês, chegou a Cunhaú no dia15 dejulho de 1645, mas já era conhecido pelos moradores, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias e deixando ódio e destruição por todos os lugares pelos quais passava. Nesse dia, veio com mais força. Além dos Tapuias, trazia alguns potiguares e soldados holandeses. Era domingo, dia 16 de julho de 1645, como de costume os fiéis reuniram-se para celebrar a Eucaristia,  foram á missa na Igreja à  de Nossa Senhora das Cadeias, mas Jacob Rabbi havia fixado um edital na porta da igreja: após a missa , haveria ordens do governo holandês. O pároco padre André de Soveral, começa a missa e depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da Capela foram fechadas, e deu-se início às cenas de violência, intolerância e atrocidade. Ao verem que iriam ser mortos pelas tropas, os fiéis não reagiram, ao contrário, "entre mortais ânsias, confessaram-se ao sumo sacerdote Jesus Cristo, pedindo-lhe, com grande contrição, perdão por suas culpas", enquanto o Padre André estava 'exortando-os a bem morrer, rezando apressadamente o ofício da agonia". 















Morticínio de Uruaçu 

Em 03 de outubro de 1645,  três meses depois do massacre de Cunhaú, aconteceu outro desta vez em Uruaçú, este também a mando de Jacob Rabbi. 

Dizem os Cronistas que, logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou pela Capitania e por outras capitanias, a população ficou receosa, pois, tinha medo que novos ataques acontecessem, o que não demorou muito. Foram cenas idênticas, apesar que neste massacre as tropas usaram mais crueldade. Depois da elevação, fecharam as portas da igreja e os mataram ferozmente, arrancaram suas línguas para não proferirem orações católicas, braços e pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio e grande parte dos corpos foram degolados. O Celebrante, Padre Ambrósio Francisco Ferro mesmo vivo foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira,  mesmo arrancando seu coração, exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento".

O começo do processo de Beatificação foi aberto em 15 de maio de 1988, por Dom Alair Vilar,  nesta ocasião, o Arcebispo nomeou o Monsenhor Francisco d Assis Pereira, como postulador das causas de Beatificação e Canonização. No dia 05 de março de 2000, na presença de cerca de mil brasileiros na praça de São Pedro, o Papa João Paulo II, Beatificou 28 leigos e 2 sacerdotes. 



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