quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

13 de dezembro dia de Santa Luzia


Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é muito amada e
 invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz. 

Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação 
cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a 
morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de 
distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para 
uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da
 vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimento por que passaria, 
como Santa Ágeda. 

Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como 
esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar
 o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação 
em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só
 Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".

Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente 
confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu 
sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava 
a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV. 

Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), 
já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais 
um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres 
atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população,
 que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da 
cegueira. 

Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que 
ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar 
a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da 
literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", 
que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou 
através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje. 

Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu 
dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade
 eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença 
acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação 
até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a
 filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário 
com os pobres, como era seu desejo. 

Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia
 como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel 
imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância 
à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à 
prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos
 conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram 
sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada 
em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304. 

Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general 
bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra 
de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua 
urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral 
de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera
 no mês de maio também.

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