Eleições municipais. Mais uma oportunidade
oferecida ao cidadão brasileiro que nasce, cresce e morre num determinado
espaço geográfico, chamado município. Este, sim, é o espaço por excelência onde cada cidadão vive cada dia de sua
existência. É no município que a vida acontece. É no município que o cidadão
busca desenvolver a sua vida , forma a sua família, gera amizades, estuda,
trabalha, diverte-se, sonha e realiza, e se eterniza. Daí a importância que têm
as eleições municipais. É, sem dúvida, mais
uma oportunidade de que o cidadão dispõe para o exercício de seu direito sagrado de escolher governantes
para o município onde vive. Oportunidade de rara riqueza para uma análise
responsável e urgente acerca da situação caótica em que se encontram a maioria
dos nossos municípios. Nada, ou quase nada funciona nos municípios. São
municípios sem saúde, sem educação, sem segurança, sem projetos, sem destino. O
preço de tão graves omissões recai sempre sobre a cabeça dos mais pobres, os
que mais necessitam de tão relevantes e insubstituíveis políticas públicas. A
eles, as bolsas, em vez de educação, saúde e segurança, de qualidade e
acessível a todos.
A campanha está nas ruas. Os candidatos, salvo
poucas e minguadas exceções, são os de sempre. Composições partidárias as mais
esdruxulas! Não importa. O que interessa é que esses mesmos grupos mantenham-se
no poder. Adotam os mesmos métodos de campanha, as mesmas promessas e muito barulho
e nada de propostas concretas e viáveis. Tudo é feito para enganar e escamotear
interesses escusos que ainda norteiam alguns grupos desses aproveitadores da
boa fé de muitos cidadãos brasileiros, que alijados de seus direitos básicos, se deixam enganar por falsas promessas e favores.
Os municípios estão carentes de homens e
mulheres republicanos, com capacidades técnica, gerencial e política para
governar o município para todos, e não apenas para os seus ligados ao velhos
grupos, que se beneficiam do governante ou legislador para alcançar, proteger
ou perpetuar seus interesses
particulares. Os municípios estão ávidos por governantes abertos ao diálogo
permanente com a sociedade civil e organizações empresariais. Daí nasce a
grande responsabilidade de cada cidadão e eleitor. O momento exige que se
escolham cidadãos dignos, probos e capazes de administrar o bem comum e de cuidar com zelo da coisa pública. Escolher
cidadãos dignos e probos para legislar,
capazes de criar leis justas e condizentes com a moral e com os bons costumes
vigentes. Com certeza, esse momento exige de todos, eleitores e candidatos,
sabedoria e prudência. É momento também para concertar rumos, erros e equívocos
trazidos das últimas eleições. Repetir os mesmos erros é faltar com a
responsabilidade pública para com o município em que vivemos. Assim agindo
estarão contribuindo para a qualificação da eleição, além de contribuir com uma
adequada participação na tarefa de edificar uma sociedade mais solidária.
Diác. Francisco Teixeira,
Assessor Jurídico da Arquidiocese de Natal
Fonte: Jornal A Ordem
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