Estatal aumentou 4% a gasolina e 8% o diesel nas refinarias a partir deste sábado
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (29) a elevação média do preço
da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%, já atendendo
aos princípios de uma nova política de preços da estatal. O reajuste
entrou em vigor às 0h deste sábado (30).
A estatal não divulgou uma expectativa de qual será o impacto do reajuste nos postos de combustíveis.
A economista Basilik Litvac, da MCM Consultores, calcula um aumento da
gasolina de 2,8 a 3% e do diesel de 6% na bomba. Na inflação oficial, o
impacto total da alta dos combustíveis deve ser de 0,12 ponto percentual
no IPCA de dezembro.
As projeções da economista estão alinhadas com as de um representante
do setor de petróleo, que disse à Reuters que o reajuste da gasolina
terá impacto de 3%, enquanto o do diesel deverá variar de 6 a 7% na
bomba.
É o segundo aumento da gasolina em 2013, depois dos 6,6% nas refinarias
em janeiro. Para o diesel, trata-se do terceiro reajuste, após os
aplicados em janeiro e março, de 5,4 e de 5%, respectivamente.
Aumento era aguardado
Tanto um reajuste pontual dos combustíveis quanto uma nova metodologia
de precificação da gasolina e do diesel eram aguardados com ansiedade
pelo mercado, porque podem dar fôlego financeiro à empresa, que sofre
com um caixa apertado e alto endividamento.
No entanto, o comunicado da petroleira não sinalizou claramente como funciona a nova política de preços.
"Por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", disse a empresa.
O Conselho da Petrobras esteve reunido em São Paulo nesta sexta-feira
(29), com a presença de seu presidente, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, e da presidente-executiva da estatal, Maria das Graças Foster.
Segundo documento após o encontro do Conselho, a metodologia pretende
assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem da Petrobras
retornem aos limites estabelecidos no Plano de Negócios 2013-2017 em
até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a
aplicação da política de preços de combustíveis.
O plano atual da estatal prevê alavancagem menor que 35%. No
encerramento de setembro, a relação entre dívida e patrimônio líquido
estava em 36%.
Outro objetivo da Petrobras é alcançar a convergência dos preços no
Brasil com as referências no exterior em prazo compatível, mas sem
"repassar a volatilidade dos preços internacionais ao consumidor
doméstico", segundo a companhia.
Uma fonte com conhecimento do tema disse, sob condição de anonimato,
que a Petrobras não fará reajustes imediatamente após o preço do
petróleo subir ou recuar no exterior, mas deverá aguardar por algum
período para então repassar a variação ao mercado doméstico.
O lucro da Petrobras no terceiro trimestre veio bem abaixo da previsão
de analistas, com queda de 39% em relação ao mesmo período do ano
passado, com impacto principalmente da importação elevada de derivados
por um preço acima do praticado no Brasil.
No fim de outubro, a diretoria da Petrobras apresentou ao Conselho uma
proposta de metodologia de preços prevendo reajustes automáticos e
periódicos de combustíveis, mas enfrentou resistência dentro do governo,
por ser vista como uma maneira de indexar a economia.
FONTE: http://noticias.r7.com
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